Quatro
anos depois de assinar um acordo para fazer parte do ESO (Observatório Europeu
do Sul), o governo brasileiro decidiu pedir um desconto no preço. O consórcio
internacional está disposto a conversar.
O
acerto, que conta com o apoio da maior parte da comunidade astronômica
nacional, originalmente envolvia um gasto de cerca de US$ 350 milhões em dez
anos.
Assinado
em dezembro de 2010 pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio
Rezende, o acordo ainda está em processo de tramitação no Congresso.
Desde
a assinatura, o ESO concedeu aos astrônomos brasileiros acesso a todas as suas
instalações de pesquisa, já na condição de membro. Mas, sem a ratificação do
Legislativo, o governo brasileiro até agora nada pagou.
A
morosidade está atrapalhando os planos da organização europeia, que contava com
o comprometimento do Brasil para ajudar a financiar a construção do E-ELT
(European Extremely Large Telescope), que será o maior telescópio do mundo
quando ficar pronto.
Depois
de passar por três comissões na Câmara, o acordo chegou à Comissão de Finanças
e Tributação, de onde só pode sair aprovado se houver definição de alocação de
verbas para o projeto.
Aí
empacou. Ninguém quer abraçar o projeto, iniciado na gestão anterior. O ESO foi
notificado de que havia problemas para fechar a questão nos valores propostos.
Em
carta enviada a Clélio Campolina Diniz, ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovação, redigida em 18 de junho e obtida pela Folha, o diretor-geral do ESO,
Tim de Zeeuw, sinaliza a disposição de renegociar.
"O
presidente do Conselho do ESO, Professor Xavier Barcons, e eu acreditamos que
seria muito útil se pudéssemos visitá-los em Brasília para ajudar na resolução
dessas questões financeiras de uma maneira construtiva", escreveu de
Zeeuw, sinalizando também que seria importante obter a ratificação no Congresso
até agosto, em tempo para que empresas brasileiras possam participar das
licitações da construção do E-ELT, no Chile.
Em
junho, o governo brasileiro resolveu formar uma comissão interministerial, a
fim de rediscutir os termos do acordo. Entretanto, a comissão ainda está por se
reunir.
Fonte: Folha
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