Numa missão até agora perfeita, a China obteve o pouso suave de sua sonda Chang’e-3 na superfície da Lua. O pouso ocorreu às 11h11 (pelo horário de Brasília), depois que o controle da missão decidiu antecipar em cerca de 2 horas os procedimentos planejados para a descida. Confira a primeira imagem enviada pela sonda após a alunissagem.
O módulo lunar funcionou
precisamente, guiando-se automaticamente durante cerca de 12 minutos, até
desligar seus motores — a meros 4 metros da superfície — e se deixar levar pela
suave gravidade do nosso satélite natural. Os paineis solares se abriram cerca
de 10 minutos após o pouso, e o controle da missão então passou à checagem de
todos os sistemas.
Uma espaçonave da Terra volta a alunissar após 37 anos. A última missão
de pouso suave, conduzida pela União Soviética em 1976, foi a Luna-24. Com o
sucesso, a China se torna o terceiro país a pousar em solo lunar.
TRANSMISSÃO AO VIVO
Conforme vem ganhando confiança em seu programa, a China tem adotado uma
política cada vez mais aberta de divulgação de seus esforços espaciais. O pouso
da Chang’e-3 foi transmitida ao vivo pela TV e pela internet, para o mundo
inteiro, com direito a um canal em inglês da CCTV, emissora estatal chinesa.
A Chang’e-3 enviou, durante o
pouso, imagens do terreno logo abaixo de si. O controle da missão informou que
59 frames foram enviados à Terra — mais do que os cerca de 20 esperados. Emily
Lakdawalla, da ONG Planetary Society, chegou a montar um minivídeo com alguns
dessas imagens transmitidas ao vivo pela CCTV.
Sequência de imagens mostra pouso da Chang’e-3
Além de reportar em tempo real os procedimentos que levaram ao pouso
bem-sucedido, o canal contextualizou de forma muito honesta (confesso que me
surpreendi) a importância da sonda chinesa, mostrando que trata-se de uma
conquista já dominada antes por americanos e russos. De toda forma, os olhos do
mundo se entusiasmam com o retorno à Lua, e a China sabe disso. E a vantagem de
ir ao solo lunar quase 40 anos depois que outros por lá estiveram é que a
instrumentação de bordo melhorou muito. O radar a bordo do jipe Yutu, por
exemplo, pode penetrar a até 100 metros de profundidade, fornecendo pistas sem
precedentes sobre o interior lunar.
SEM “SELFIE”
Nas próximas horas o rover deve ser transportado, por meio de uma rampa
móvel, até o solo lunar. Aí ele estará em boa posição para tirar uma foto do
módulo de pouso, enquanto também será fotografado por ele. Não há recurso para
que eles tirem “autofotos”.
E assim começa, com o pé direito, a primeira missão de solo chinesa na
Lua. O jipe, que pode viajar a 200 m/h, tem duração estimada em três meses. Já
o módulo de pouso, que tem um telescópio instalado nele, deve durar pelo menos
um ano. Mas, a julgar pelo sucesso, nada impede que eles funcionem por mais tempo.
Parabéns à China por este feito incrível!
Confira a sequência de imagens que mostras a decida da Yutu para o solo lunar:
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