Sonda espacial chinesa é a terceira a pousar na lua (14/12/2013)


Numa missão até agora perfeita, a China obteve o pouso suave de sua sonda Chang’e-3 na superfície da Lua. O pouso ocorreu às 11h11 (pelo horário de Brasília), depois que o controle da missão decidiu antecipar em cerca de 2 horas os procedimentos planejados para a descida. Confira a primeira imagem enviada pela sonda após a alunissagem.
O módulo lunar funcionou precisamente, guiando-se automaticamente durante cerca de 12 minutos, até desligar seus motores — a meros 4 metros da superfície — e se deixar levar pela suave gravidade do nosso satélite natural. Os paineis solares se abriram cerca de 10 minutos após o pouso, e o controle da missão então passou à checagem de todos os sistemas.
Uma espaçonave da Terra volta a alunissar após 37 anos. A última missão de pouso suave, conduzida pela União Soviética em 1976, foi a Luna-24. Com o sucesso, a China se torna o terceiro país a pousar em solo lunar.

TRANSMISSÃO AO VIVO
Conforme vem ganhando confiança em seu programa, a China tem adotado uma política cada vez mais aberta de divulgação de seus esforços espaciais. O pouso da Chang’e-3 foi transmitida ao vivo pela TV e pela internet, para o mundo inteiro, com direito a um canal em inglês da CCTV, emissora estatal chinesa.

A Chang’e-3 enviou, durante o pouso, imagens do terreno logo abaixo de si. O controle da missão informou que 59 frames foram enviados à Terra — mais do que os cerca de 20 esperados. Emily Lakdawalla, da ONG Planetary Society, chegou a montar um minivídeo com alguns dessas imagens transmitidas ao vivo pela CCTV.


Sequência de imagens mostra pouso da Chang’e-3

Além de reportar em tempo real os procedimentos que levaram ao pouso bem-sucedido, o canal contextualizou de forma muito honesta (confesso que me surpreendi) a importância da sonda chinesa, mostrando que trata-se de uma conquista já dominada antes por americanos e russos. De toda forma, os olhos do mundo se entusiasmam com o retorno à Lua, e a China sabe disso. E a vantagem de ir ao solo lunar quase 40 anos depois que outros por lá estiveram é que a instrumentação de bordo melhorou muito. O radar a bordo do jipe Yutu, por exemplo, pode penetrar a até 100 metros de profundidade, fornecendo pistas sem precedentes sobre o interior lunar.

SEM “SELFIE”
Nas próximas horas o rover deve ser transportado, por meio de uma rampa móvel, até o solo lunar. Aí ele estará em boa posição para tirar uma foto do módulo de pouso, enquanto também será fotografado por ele. Não há recurso para que eles tirem “autofotos”.
E assim começa, com o pé direito, a primeira missão de solo chinesa na Lua. O jipe, que pode viajar a 200 m/h, tem duração estimada em três meses. Já o módulo de pouso, que tem um telescópio instalado nele, deve durar pelo menos um ano. Mas, a julgar pelo sucesso, nada impede que eles funcionem por mais tempo.

Parabéns à China por este feito incrível!
Confira a sequência de imagens que mostras a decida da Yutu para o solo lunar:






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